Cap. 144
Na casa dos Smith, Wayne olha pela janela, preocupado com seus cavalos.
— Acho que vou até o celeiro ver se está tudo bem. – decide o xerife. — Eles costumam ficar nervosos quando tem trovões.
Lucretia sabe que, na verdade, Wayne irá se sentir mais à vontade com os cavalos do que está com todas aquelas pessoas dentro da pequena casa, então, ela manifesta seu apoio: — Vá até lá, querido. Assim você se acalma e para de incomodar todo mundo aqui dentro. Só não se molhe muito.
A casa ficava realmente apertada quando a família toda se juntava. São seis pessoas: Joachim, o ferreiro, seu irmão Josiah, sua mãe Celeste e seu pai Kojo, além da esposa Hanna e a cunhada Sarah.
O grupo se junta próximo ao fogão de lenha, fazendo o espaço parecer ainda menor. No fogão, Celeste prepara uma mistura de vegetais com carne de porco que exala um aroma delicioso, impossível de ser ignorado.
Lucretia se aproxima do tacho onde a mistura borbulha e comenta: — Que cheiro maravilhoso. Posso perguntar o que a senhora está preparando?
Celeste, gentilmente: — Nada de especial, minha filha. É só um punhado de plantas frescas misturado com a carne de um porco velho.
Lucretia: — Parece ótimo. Até hoje, só provei carne de porco como toucinho ou linguiça.
Celeste, rindo: — Minha filha, eu também provei a linguiça de um porco velho e olhe os dois trastes de filhos que acabei ganhando.
As mulheres riem enquanto os homens tentam protestar. No celeiro, o xerife ouve a risada de Lucretia e sabe que devem estar falando mal de alguém, talvez dele, mas isso não importa, o que realmente interessa é que seus cavalos estão calmos, secos, alimentados e, subitamente, colocando as orelhas para trás.
Wayne sabe que é sinal de problemas. Já com as armas em punho, vai para a parte superior do celeiro a fim de observar ao redor.
Em meio à chuva, tudo o que ele consegue identificar é um bando de vultos brancos, parecendo fantasmas.